As empresas brasileiras investem pouco em inovação. Com isso, o Brasil está se consolidando como um produtor de commodities e ficando de fora da economia moderna. Se o cenário não mudar, o país não conseguirá superar suas dificuldades socioeconômicas. Isso é o que aponta o estudo Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento: desafios para o Brasil, produzido pela Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI).
Na pesquisa, a ABPI afirma que a inovação “é a principal chave para abrir as portas para o desenvolvimento sustentável”. Mas o Brasil não está investindo como deveria na área. O país permanece nas últimas posições nos rankings mundiais de inovação. Isso se deve a uma aversão dos empresários ao risco inerente à inovação e ao custo Brasil.
As políticas públicas têm sido insuficientes para incentivar o desenvolvimento de marcas e patentes, aponta o estudo. Para piorar, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial tinha, no fim de 2017, 225.115 pedidos de patente pendentes. O prazo médio para análise, no Brasil, é de 10,2 anos, enquanto no Japão é de 1,3 ano, e nos EUA e União Europeia, de 2,2 anos.
A ABPI destaca que, para melhorar esse cenário, o Brasil precisa aumentar a interlocução entre pesquisadores da academia e empresas. Além disso, deve equipar melhor o Inpi, para que o órgão fique mais ágil. A associação ainda incentiva entidades da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil, a se engajar na demonstração da importância da propriedade intelectual.
O presidente da ABPI, o advogado Luiz Edgard Montaury Pimenta, afirma que o estudo é útil para o secretario especial de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, elaborar políticas públicas para a área. A pasta agora comanda o Inpi, que, até o fim do ano passado, era subordinado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Fonte: Conjur